domingo, 25 de janeiro de 2009

Capitulo 20

A mansão da Drei Kronen fica em... Bom você não precisa ficar sabendo necessariamente de tudo, certo? Com uma noite de viagem chegamos novamente a Denver. Ryan estava exausto. Paramos em mais um hotel barato. Fiquei pensando se tudo foi culpa de Anne Marie ou se foi culpa de Mitch. Eu tenho o diário dela, mas nunca tive coragem de abrir. Não me lembro de ter visto na minha mala. E sinto que nunca mais vou vê-la, nem ela, nem o diário. Bom, eu espero. Eu igual Ryan, cai na cama (mas não na mesma) e morri. Eu acordei no final do dia seguinte sem dores, arranhões, dor nas pernas e sem marcas no pescoço. Exceto a mordida de Mitch, que terei para sempre. Olhei para o lado. Não vi o Joey. Sua presença era constante, mas sua imagem, ou seu toque estavam longe. Como eu queria abraçá-lo. Sentir aquele mínimo sentimento, de que alguém me ama, e que se importa comigo. Como será que ele esta? Lembro da ultima viagem que fizemos.
- Tudo pronto Mimi? – Ele pegou as malas e foi para o hall. Ele estava pronto para fechar a porta.
- Pegou o seu passaporte?
- Esta na gaveta da minha cômoda lá no meu quarto. – eu o encarei. – Ah! É mesmo... – Ele foi pegar.
Passamos ótimos momentos juntos. Quase nunca discutimos. É claro que passamos algumas noites juntos, não posso negar. Mas foram raras, pesando em 67 anos. Mas mesmo assim, eu tenho medo de apaixonar e de me sentir traída, e me descontrolar novamente. E quebrar a promessa que eu fiz a Emma, quando eu matei os... Bom, melhor deixarmos isso para outro dia.
- Meu Deus! – gritou Sam, olhando um aparelho velho que apitava.
- O que foi Sam? – perguntou Jennifer, sentando- se ao lado dele.
- A quantidade de níveis eletro magnéticos em uma casa aqui perto é enorme!
Eu olhei pro relógio. Eram quase nove da noite. Em duas horas o sol ia aparecer, e essa é a hora mais perigosa para os vampiros. Os meninos já estavam na porta com energia toda, já que dormimos o dia inteiro.
- Você vem? – perguntou Kurt.
- Vou né? Se não é capaz de alguém morrer. Isso me lembrou de uma coisa – Ah! Kurt – ele parou – Nunca mais entre numa casa de vampiros ok?
- Claro que não né? Se não é capaz de alguém morrer. – Nós saímos e ele trancou a porta.
A casa não era tão perto, mas chegamos. E não era uma casa, era a casa. Mansão, bela, mas típica de praia. Muitos vidros, no alto de um morro e coloridos jardins. Na grade da cerca, inúmeras placas de venda. Pulamos a cerca de metal. Jennifer resolveu ficar no carro, ela tinha trocado de blusa, mas ainda se sentia suja. Ela parecia muito abalada.
Logo que entramos na casa, senti um cheiro fortíssimo de gasolina, até os meninos sentiram. A casa estava vazia. Tinha apenas uma cortina branca na porta aberta que dava para o maravilhoso quintal lá fora, que balançava com vento. Havia uma lareira do outro lado, onde na parede tinha uma espada pendurada. Ela era velha e enferrujada. Ryan chegou mais perto, e pegou a espada. No pé da escada havia dois galões de gasolina, destampados. Kurt pegou os galões, apesar do cheiro. A casa era toda branca tanto por dentro quanto por fora. O cheiro estava sufocando os meninos, e eu também, então saímos para o quintal, que mais parecia um clube. Era super bem cuidada, chão de pedra, com oásis de flores e paineiras, com decoração, um espaço para churrasqueira, uma fantástica piscina, e ao longe, iluminado pela lua, podia-se ver um tabuleiro gigante de xadrez. Olhei novamente a casa. Acima do segundo andar, havia uma torre com um relógio. Simplesmente lindo.
- Olha que esquisito – disse Sam apontado para a piscina.
Alem de enorme ela era realmente muito peculiar. Estava com o seu fundo quebrado, mas aparentemente, havia uma sala de baixo da piscina e partes do teto corromperam. Agora no fundo havia grandes buracos imersos na escuridão com algumas vigas de madeiras ainda a vista. A água brilhava a luz da lua, e refletia nos olhos hipnotizados de Sam. Ele se abaixou para tocar a água. O relógio da torre badalou. Eram cinco horas. Antes que eu dissesse que não, a água já fazia ondas, do toque de seus dedos. O chão estremeceu. Mas os meninos não notaram. Um som agudo começou a soar. Incomodava, levei as minhas mãos aos ouvidos. Os meninos me olhavam sem entender o que acontecia. De repente bolhas saiam dos buracos do fundo da piscina. Ele aumentou e parecia que agulhas dilaceravam meus tímpanos. Eu caí de joelhos. Era uma dor, um barulho de gritos agudos que me ensurdecia. Sam começou a gritar de dor. Suas costas estavam sendo arranhadas por criaturas invisíveis. Ele se contorcia e fazia movimentos violentos com as mãos para impedir seja lá o que o ataca. Kurt e Ryan não sabiam direito o que fazer, nem quanto a mim, nem quanto ao Sam. Sam se debatia e sangrava, ceio em minha direção. Ele se desequilibrou e esbarrou em mim, e ambos fomos para dentro da piscina, onde detalhe: eu não sei nadar.
O barulho tinha sumido quase que por completo, mas eu estava em volta de uma nuvem de bolhas de ar. Elas foram subindo para a superfície, mas eu não sabia o que fazer. Estava dentro de uma massa fria, que me envolvia por completo. Comecei a movimentar braços e pernas, mas eu continuava no lugar. Vi Sam, ele continuava se debatendo em uma nuvem de sangue. Eu debati as minhas pernas como se estivesse andando na horizontal. Lentamente fui me deslocando. Tinha que salvar Sammy. Eu nadei (pela primeira vez) até o Sam, que estava quase ao meu lado. Eu me deitei no chão da piscina debaixo dele, dobrei as pernas e o empurrei com toda a minha força. Sam saiu da água. Ouvi um grande estalo. O azulejo que me sustentava se quebrou, eu fui afundando junto com a cerâmica azul e as vigas de madeira. Vi um grande clarão borrado na frente da casa. Algo tinha explodido. Não! Eles não podem ter morrido! Eu fichei os olhos e comecei a me debater. Eu só afundava e afundava. De repente algo caiu na água. Eu abri meus olhos, era Kurt, e vivo! Ele nadava em minha direção. Eu estiquei as mãos. Minha visão ficou embaçada e meu peito doía. Eu me sentia fraca e não conseguia me mexer. Tudo estava ficando azul escuro e fora de foco. Meu peito estava duro, eu precisava de ar! Eu estava me afogando! . Suas mãos quentes pegaram em minhas mãos frias. Ele me puxou e me deu um abraço. Ele encostou os lábios nos meus. Ele estava me beijando enquanto eu morria? De repente ele assoprou o melhor ar que já tinha respirado. Sintonizei-me novamente. Eu olhei aqueles olhos mais perto do que eu já tinha visto. Eram lindos. Ele me puxou e fomos nadando para cima. Quando chegamos à superfície, o ar parou a dor conforme ia descendo pela garganta. Kurt estava tão ofegante quanto eu.
- Por que raios você não nadou?! – ele saiu da água, e me estendeu a mão.
- Por que eu não sei nadar. – Eu segurei a mãos dele. Ele me deu um puxão. – O que aconteceu? Que clarão era aquele?– eu vi o estado de Sam. Ele estava de pé, mas apoiado em Ryan. - Sam!
- Depois que você caiu na água, Kurt acabou deixando o galão de gasolina cair no chão, e já estava tirando os sapatos pra ir atrás de vocês, mas eu o impedi, pois era capaz dos monstros comerem ele também. Mas então o Sam saiu voando da água, e ele caiu bem depois da poça de gasolina, ai eu raspei a espada no chão de pedra e bam! Explosão de monstrinhos.
- E nos podíamos ter morrido também, Ryan. Você tem que pensar antes de agir. Você é muito irresponsável.
Ryan fechou a cara e continuou a carregar Sam. Eu acho que ele foi muito corajoso. Isso é o que eu teria feito se eu não virasse um espetinho. Kurt voltou para o carro para pegar umas tolhas para nós. Sam estava meio descordado.
- Ai Ryan você é muito irresponsável, e não sei o que, e bla, bla, bla, bla, bla. Não agüento mais ouvir isso.
Eu acalmei Ryan. Ele estava muito irritado. Ele ficou quieto depois disso, mas não ficou mais tão bravo. Chegamos ao carro e eu enrolei Sam na toalha, depois me enrolei. Quando chegamos ao quarto, Kurt foi buscar comida e Ryan ficou no quarto enquanto eu e Jennifer limpávamos o Sam. Jennifer amassava algumas folhas num potinho enquanto eu limpava as feridas das costas com um algodão com água morna.
- Isso dói! – Sam reclamava.
- Você quer que eu limpe com a língua? Por que se achar melhor eu faço! - ele parou de reclamar.
As feridas eram cortes, arranhões de garras, não muito fundos, mas compridos e em grande quantidade e pelo corpo todo. No rosto não havia, era mais no pescoço, nas costas e nos braços. Havia duas na barriga. E que barriga!
Jennifer espalhou a missinha verde nas feridas, que causou um alivio imediato em Sam. Ele suspirava.
- Bem, bem melhor.

Capitulo 19

- Saiam! Saiam!- Midori gritou pequenina perto da multidão enfurecida que corria atrás dela. Uma vampira loira estava quase a alcançando. Nós voltamos para fora e esperamos Midori passar para fechar a porta.
- Isso aqui é muito pesado, não vamos conseguir fechar! – Jennifer exclamou. Começamos a movimentar a porta. Ela era realmente pesada. Eu e Ryan de um lado, Sam e Jennifer do outro. A porta começou a se mexer e lentamente a se fechar, pegando velocidade. Ela estava quase se fechando, mas Midori passou. Um segundo antes da porta se fechar por completo uma loira passou raspando. Socos tremiam a porta que nós quatro fazíamos força para manter fechada. Midori e a loira começaram a brigar feio. Entre socos, chutes e golpes elas travavam a batalha mais legal entre mulheres que eu já tinha visto. Não sei se ela está ganhando, mas as duas apanham bastante. A porta começou a se abrir novamente pela força dos vampiros. Não havia nada que pudéssemos usar para bloquear a porta.
A loira estava em cima de Midori pegando-a pelo pescoço. Ela não pode morrer! A porta balançava, e uma mão saiu tentando agarrar Ryan. Aquilo estava saindo fora do controle. Mas como pegaríamos a corrente no carro? Jennifer desencostou da porta.
-Sei de um jeito. Kurt, Sam vão pegar a corrente, eu e Ryan cuidamos disso.
- Cuidamos?! – Ryan exclamou.
Jennifer bateu uma palma e com as mãos fechadas se concentrou. Murmurou umas palavras e bateu com as duas mãos na porta, que começou a esquentar a partir de suas mãos. Ryan logo desencostou da porta. Os vampiros de trás da porta rugiram. As mãos voltaram para dentro. Gritos de dor podiam ser ouvidos, e algumas mãos que estavam presas na porta começaram a queimar. Ryan voltou correndo para o carro, que estava estacionado na frente do jardim. Porém, as mãos agora quebravam as janelas, que graças ao metal dos vitrais não conseguiam passar. Mas mesmo assim, era assustador. Ryan voltou e jogou um facão para Jennifer.
- Hora de cortar alguns dedos. – ele disse sorrindo. Ele adorava ação, sangue e adrenalina.
Jennifer, encabulada, olhava o facão. Ela nunca tinha pegado em um, e muito menos usado. Ela fechou os olhos e começou a cortar. Sangue espirrava na blusa dela. Ryan cortava braços, cabeças, dedos, o que saia pelos buracos da vidraça, ele decepava. Eu e Sam voltamos segurando metros e metros de correntes. Eu fiquei de um lado da porta enquanto Sam saiu correndo por volta da casa. Parei para olhar Midori. Elas começaram a discutir ofegantes, mas separadas. Midori sangrava no nariz e a loira tinha cortes por todo corpo.
- Me deixa adivinhar. Ele te faz tomar pílulas para gravidez? Por que você não esta grávida porcaria nenhuma. Não há coração nenhum batendo dentro de você.
- Cala boca! Você não sabe nada de mim! Você nunca quis saber. E nunca saberá. – Midori deu uma gargalhada.
- Você sempre foi patética. A dedo duro da irmã mais velha. E você sabe que eu vou aceitar numa boa a separação, você só quer me matar por está com medo...
- Cala boca! – a loira gritou.
- Medo de ele escolher a mim do que você!
A loira correu para cima de Midori. A Midori olhou para nós, e acenou com a cabeça. Ela tinha entendido o plano. Era só o círculo se fechar. O s vampiros desistiram de sair pelas janelas, mais ainda se ouvia gritos horrendos de dor. Ryan se aproximou de mim com o cadeado. Ela se esquivou dos ataques furiosos da mulher, ficando mais próxima da porta. Sam apareceu na outra ponta da casa. Ele estava correndo o mais rápido possível. Eu acenei para ele, apontado a loira. Eu e ele corremos em direção da loira. Estávamos somente a alguns passos, quando Midori deu um ultra empurrão nela. Eu e Sam fechamos o círculo e Ryan fechou com o cadeado. Fechamos o círculo com uma corrente de prata. Agora todos estavam paralisados. A casa ficou em completo silêncio.
- Ótima idéia meninos – disse Midori enxugando o nariz sangrando com a mão. Ela se aproximou da estatua da mulher loira, completamente paralisada. Ela cuspiu nos pés dela. – Tenha dó Anne Marie, desde quando você pensa que pode competir comigo?E eu só não te mato, por que eu prometi para Emma.
Ela saiu andando e entrou no carro, sem dizer uma palavra. Nós a seguimos. Afinal de contas, podia chegar a qualquer momento um vampiro que simplesmente quebre a corrente.

Capitulo 18

Era hora do almoço. Eles desceram do carro, mas eu fiquei. O carro estava estacionado em frente a pequena e simpática lanchonete, na sombra. Eles se sentaram à mesa da janela, para ficar de olho em mim. Kurt e Sam não tiravam seus olhos de mim, e de vez em outra murmuravam alguma coisa. Ryan e Jennifer estavam conversando e rindo. Eu me virei e almocei ali sozinha, no saquinho de canudinho, apenas ouvindo o rádio, mas sem prestar atenção. O sangue estava sem gelo. Eu prefiro ele frio do que quente, pois ele só fica bom assim, quando fresco. Sam se levantou e falou da janela, que estava aberta.
- Você quer companhia? Quer conversar talvez?
- Eu quero... Gelo.
Ele ficou parado um momento, mas se virou, quando logo voltou para a janela.
- Você ouviu?
- O quê?
- A notícia. Vai vir uma tempestade no fim de semana em Indiana. Melhor nos apressarmos.
Ele entrou na lanchonete, todos arregalaram os olhos, era hora de ir. Voltaram para o carro e dessa vez Ryan que corre mais, foi dirigindo e foram calculando o tempo até Indiana. Viram rotas alternativas, ficar parado um dia no lugar, não parar até chegar a Atlantic City. Mas nada parecia muito seguro. Resolveram esperar para ver a intensidade da tempestade, se não, ia ser com chuva mesmo. As coisas estavam se arrumando e era melhor eu me preparar. Mas me preparar para que? O que Mitch pretendia afinal?
Olhei para o lado. Jennifer olhava entediada com seus olhinhos azuis para fora. O que será que ela pretendia, afinal? Matar Mitch? Não sei nem se eu consigo. Descobrir a verdade? A troca de que? Não vai trazer Dixon de volta...
- Jennifer, por que você quer ir conosco mesmo?
- Pelo mesmo motivo que você. Descobrir a verdade e tirar o peso de culpa. E afinal, foi você que me chamou.
É mesmo, mas... Culpa? Quem falou em culpa? Não me arrependo do que fiz. Todos mereciam. Sem exceção. Lembrei de uma coisa que ela comentou.
- Aquela Mia, Mey... Por que ela quer me matar mesmo?
- Mia, é uma ministra, muito amiga de Sirus. E bom, algo que eu me esqueci de comentar. Para você assumir o trono de ministro, como Sirus, Genus e Louis, você precisa ser casado. Para você não se distrair de seu posto em busca de mulheres.
Fiquei paralisada. Era isso que Mitch pretendia. Ter eu de volta. Mas nem por toda eternidade! Eu não posso ir. De jeito nenhum. Pare o carro! Eu quase gritei. Mas estava o maior sol lá fora. Vampiros não podem tomar sol de forma prolongada, pois somos alérgicos a vitamina K. E eu já estou passando mal.
- Acho melhor pararmos. Eu estou passando mal, com tanto sol lá fora.
- Tem certeza que não agüenta aí? – Ryan disse olhando pelo espelho retrovisor.
Tenho que adiar essa viagem. Pelo menos enquanto não souber o que fazer. Eu cai no colo de Jennifer.
- Midori? – ela me cutucou – Ela não esta respirando!
Gente como eu sou atriz! O carro fez a curva. Colocaram um pano em cima de mim e acho que Kurt me carregou no colo ate um lugar coberto. Fui colocada numa cama e acabei cochilando.
Eu acordei com um lençol no meu rosto. Estava muito quente. Eu empurrei o lençol, mas ele estava apertado. Apalpei com as minhas mãos, mas não havia saída! Tinham me colocado num saco ou coisa parecida.
- Kurt? Sam? Ryan? Jenn? – Comecei a me debater.
- Oh, Jenn, salve-me, salve-me! – uma voz feminina disse de longe, do outro lado do cômodo. A voz parecia familiar. Eu parei.
- Quem é? – Eu gritei. – O que você quer?
- Mas que exagero. Até parece que você é indefesa... Qual é! Mostre sua face de assassina sua monstra! – Monstra? Não fui que aprisionei uma pessoa num saco! Transformei-me. Rasguei o saco e senti o ar fresco da liberdade. Os cabelos loiros e curtos em Chanel com os olhos azuis, uma barriga redonda, e um sorriso cruel. Não reconheci o rosto da mulher de preto. Mas reconheci a voz. Era Mia.
- Você parece muito do mal, para alguém que fez uma cerimônia pedindo desculpas para mim.
- Pedido de desculpas? – ela começou a rir. – Cada coisas que as bruxas querem... Viu por que não gosto de votações? É nisso que dá. Eu trouxe Mitch de volta secretamente, mas a notícia se espalhou. Um erro entre tantos outros! E você é um deles Rachel!
Ela veio correndo em minha direção. Eu me desviei e acabei caindo no chão. O quarto era grande e com uma mobília cara. Onde eu estava? Eu me levantei rápido. E corri para a janela, que estava tampada por grossas cortinas, eu as abri. Entrei em choque. Estava escuro, mas pude ver aqueles jardins iluminados. Eram da Drei Kronen. Eu estava rodeada por vampiros. Dos quais 90% me odeiam. E o dono da casa, é o meu ex – sogro. Não podia estar em um lugar pior.
- Como você entrou aqui?
- Do mesmo jeito que você, pela porta – bruxas são tão engraçadas às vezes... – Como sei que você é meio desinformada, deixa eu te explicar
- Sinceramente, eu já tenho uma bruxa que explique tudo.
- Você ainda é casada com Mitch, e para nós nos casarmos, vocês precisam terminar primeiro.
Como? Eu estava casada esse tempo todo? Ela deve ta de brincadeira comigo!
- Você deve ta brincando...
- Eu estou ate grávida, meu bem. – ela apareceu com uma faca. Ela não estava brincando. – Do seu marido. – agora ela já estava pegando pesado.
- Pois então, pode ficar! – Eu disse. Eu queria fugir, mas sem ser vista. E não podia gritar. Eu tinha que ir para algum lugar. Tinha que voltar para os meus meninos. Tinha que sair dali.
Ela tentou me dar uma facada, e desviei, e parei perto da cômoda.
- Escuta Mia, o que eu precisar assinar, eu assino. Eu estou indo pra Atlantic City justamente para falar para o Mitch que eu não quero voltar pra ele.
- Não! Você não vai vê-lo nunca mais! – ela soltou a faca e deu um soco, mas eu peguei seu braço. – E não confio em alguém que já tentou matá-lo!
Ela tentou com a outra mão, mas eu segurei. Ela era muito forte para uma bruxa. Ficamos ali paradas medindo forças. O seu coração estava disparado. Mas se ela estava grávida, deveria haver dois corações batendo ali. Não havia. E o cheiro de vampiro reinava no ar. E o cheiro de bruxa era quase imperceptível, até pra mim.
- Então me diga? Há quanto tempo vocês se vêem?
- Você quase o matou. Eu o achei no hospital algum dia depois, estava horrível. Não tinha quase nem formato de humano. Com muitos anos de cuidados e ervas, ele hoje é saudável e não tem nenhuma cicatriz. Nenhum traço de que você ou que a sua filha existiu.
Como ela sabe da minha filha? Como ela sabe tanto de mim? A força dela era gigante. Para ela ter salvado Mitch dias depois, ela tem que ter mais ou menos a minha idade. Mas alguns passos e eu caio pela janela.
- Então, Rachel? Você ainda dança? – eu fui empurrada. Como ela sabia que eu dançava? Que era ela? Será que Mitch contou tudo sobre mim para essa aí?
- Ele te contou tudo foi?
- Não minha querida, eu sei de tudo eu vivi tudo. Não se lembra de mim? – Não pode ser... – Sim, eu sou Anne Marie! Eu não tomei champagne aquela noite por que eu tinha somente 15 anos. Mas eu era apaixonada por Mitch e mereço-o muito mais do que você! – Aquilo entrou nos meus ouvidos e me deu um soco no estômago. Era Anne Marie, a minha caçula chatinha que vivia dedando tudo que eu fazia!
Ela usou uma forca tão grande que nós duas estraçalhamos a janela e saímos voando. Eu a peguei pelo pescoço. Caímos no pátio da fonte, pela clarabóia. Apesar de ser pátio da fonte, nós caímos no chão de pedra. Eu caí em cima dela, ela estava meio zonza. A qualquer momento alguém iria me achar ali, com a barulheira que fizemos. Eu aproveitei e saí correndo. Eu acabei em um corredor com mármore vermelho, e a minha frente havia uma grande espada em espiral, com uma espécie de sala de estar a minha direita. Eu só estive na mansão uma vez, então não sei me localizar. Mas descer para o térreo, onde há a entrada principal e eu saio correndo adoidada. Parece-me um bom plano.
A casa é um tanto barulhenta. Vozes de conversa, música, televisão, e risadas enchem a casa de uma vida morta. Eu fui até a escada, para ver se eram muitos andares. Ok, eram 7 andares. Um grupo de vampiros chegou ao pé da escada. Uma moça (Oh - oh) olhou para cima e gritou.
- Ei! Você! Midori! – a voz dela ecoou pelo saguão. A casa silenciou. PÉSSIMO sinal.
Eles começaram a correr pela escada. Algumas portas no corredor se abriram e cabecinhas apareceram na escada. Mas que... Eu corri até a sala de estar e comecei a empurrar uma namoradeira vermelha em direção da escada. Ia ser muito complicado atropelar todo mundo. Empurrei para a grade, perto da escada, fazendo força contra a grade, que arrebentou sem esforço. Eu peguei impulso e pulei pra cima do sofá que foi caindo. Os vampiros ficaram parados com cara de bobo, e começaram a descer. Eu cheguei ao chão com uma aterrissagem forçada. Havia um grande corredor de mais ou menos 70 metros que chegava ao hall, e lá a grande arqueada porta de madeira entalhada que significava liberdade. Ouço um baque. Era Mia. Ela tinha pulado todos os andares sem sofá, sem nada. Sua face estava furiosa. Os vampiros estavam andando grudados nas paredes, como se uma enorme mancha estivesse se espalhando pelas paredes, eles rosnavam e murmuravam coisas tenebrosas. Não podia lutar contra todos. Pelo menos agora as coisas não podiam piorar.
De repete a porta se abriu. E para melhorar a situação, entraram Kurt, Sam, Ryan e Jennifer. Maravilha! Três caçadores humanos e uma bruxa entrando numa sede de vampiros com 120 vampiros furiosos mais a minha irmã era o que eu precisava. Depois dessa nunca mais falo que não pode piorar. Mas, eu tinha o melhor plano possível em mente.
Sair correndo óbvio!O que você achava?
- Eu pego a Midori, e vocês ficam com a janta! – Anne Marie gritou.
Não pensei duas vezes. Corri em direção da porta.