Passou uma hora e ninguém falava nada. Eu estava sentada no meio, para escapar do maldito sol lá de fora. Dentro do carro, o ar condicionado do carro estava forte, do jeito que eu gosto. Vampiros gostam do frio, e são muito sensíveis ao calor e ao sol. Corpos de vampiro, quando são queimados com fogo, tendem a se consumir inteiro em poucos segundos. Deixamos Nevada para trás, pela rodovia 15. Por vinte minutos estaríamos no Arizona e depois entramos em Utah.
Passou- se mais meia hora, e ninguém fala nada. Kurt lê um tabuleiro com símbolos e cheio de escritas em latim. Ryan dirige cantarolando algumas músicas, e Sam fica mexendo no notebook, consertando alguns ships e Hds, algo do tipo. E o Joey... Ah! Quase esqueci que a impressão dele estar ao meu lado é falsa, por causa do colar. Sam notou que eu estava olhando para ele.
- Caçada de lobisomem. – ele disse sem olhar para mim.
- Ahn... Já estamos chegando? – eu perguntei ao Ryan.
- Chegando aonde?
- Ao aeroporto! – que coisa óbvia!
Eles riram, e eu fiquei lá com cara de boba.
-Que foi? Foi algo que eu disse?
- Nós vamos de carro – disse Kurt rindo. Eu não achei nada engraçado – Por quê? Você achou mesmo que íamos de avião?!
Eles continuaram rindo. Bom, se eles vieram para Las Vegas de avião, porque não voltam de avião também?
- Achei!Vocês não voltaram de Atlantic City de avião?
- Sim, nós voltamos, mas foi de favor...
- E se a gente não vai avião...Então... Quanto tempo ainda falta?
Kurt pegou um guia debaixo do banco dele, o passageiro. Ryan e ele fizeram umas contas.
- É isso aí.. Acho que chegamos lá em uma semana.
- Uma semana!? – eles piraram né?Eu vou ter que ficar com eles por uma semana?! – Eu nem trouxe comida pra tanto! Eu chego morta bem antes disso!
- Bom você pode economizar comida. – disse Sam. Ele acha que passar fome é fácil, né? – Tem algum jeito de você diminuir a necessidade de consumir sangue?
- Bom... Acho que se eu não ficar no sol, não me machucar... Acho que sinto menos fome... Mas mesmo assim não vai durar tanto!
- De quantos litros você precisa por dia?
- Acho que uns três.
- Três?!E quando foi a última vez que você comeu?
- Há duas horas, mas já estou com fome.
- Não se preocupe, nós damos um jeito de ver todos os depósitos de sangue pelo caminho, é só eu consertar essa droga.
Passou mais uma hora. Já devia ser meio dia e Kurt continuava vendo aquele tabuleiro. Já havia horas que ele não desgrudava os olhos daquele tabuleiro redondo feito de várias tiras circulares, como um alvo de dardos, mas de madeira e com muito mais divisões. As ficava girando as tiras, que nelas estavam entalhadas palavras em latim. Ele parecia tentar formas frases, mas até agora, nada. Passou-se meia hora e os sinais de cansaço de Ryan já estavam aparentes.
Pela janela dava para ver fazendas verdinhas em pequenas cidades do interior de Utah. Passou uma placa escrita ‘‘Paragonah, onde o mundo é seu! – 500 habitantes’’.
- Onde raios é Paragonah?! – eu exclamei.
- Aqui – respondeu Kurt. Ele é muito chato – e também é aqui que nós vamos comer.
Ryan virou o carro no retorno. Entramos em uma estradinha de duas mãos, bem antiga, mas em bom estado, por não ser quase utilizada.
- Esperem aí!Significa que vocês vão... Comer nesse fim de mundo?
- E encher o tanque, ir ao banheiro e dar uma olhada na cidade, para ver se não tem nenhuma esquisitice acontecendo.
- Eu posso ficar no carro? – eu perguntei.
- Não! – responderam os três.
- E correr o risco de você roubar o nosso carro? Sem chance. – disse Kurt.
Chegamos à cidade. O gramado era seco, com árvores secas, debaixo de um sol de 40 graus. Se eu saísse do carro, estaria morta em 5 minutos, por combustão espontânea.
- Ahn... Como posso explicar... Se eu sair do carro eu morro. – eu disse quando Ryan achou uma vaga na frente de uma lanchonete. Os três olharam para mim.
- Por quê? – perguntou Sam. – Você vai derreter por acaso?
- Não, eu vou explodir na verdade. – eles arregalaram os olhos. – O sol...? Vampiros...?
- Ah. Entendi... – respondeu Sam sem graça.
Kurt guardou o tabuleiro em um saco de pano preto e escondeu debaixo do banco. Eles saíram do carro. A lanchonete era do outro lado da rua. Sam estava me esperando para sair do carro.
- Eu não vou sair. – eu disse cruzando os braços.
- Ah, vai sim - disse Kurt.
- Não vou, não.
Ryan deu um suspiro.
- Podem ir. Eu vou e almoço depois. – Ryan entrou no carro de novo. Eu estava salva!
- Você e ela? Sem chance. – disse Sam.
- Verdade. Ainda mais o Ryan.
Eles começaram discutir, para ver quem ia tomar conta de mim, a criançinha de 5 anos que não quer ir a uma lanchonete de fim de mundo. Dei um suspiro e fiquei observando os argumentos ridículos deles.
- Mas o Ryan mal sabe cuidar dele mesmo! É melhor você ficar Kurt.
- Eu não! É melhor ficar quem sabe mais sobre vampiros.
- Estamos lidando com ela! A gente já caiu na laia dela e viram no que deu?!Quem é mais esperto fica eu voto no Kurt, ele que não confia em ninguém mesmo...
Comecei a olhar em volta. Não tinha muita coisa. Um lote comum de 10 casas por quarteirão, uma livraria, o posto de gasolina e a lanchonete. A lanchonete era a mais cheia de todas. Como é domingo a cidade toda devia estar lá. Dei outro suspiro. Senti algo estranho no ar. No ar dá para sentir três aromas: o ar, das pessoas e do chão. Comecei a farejar. O cheiro mais provável era do chão: chiclete, terra, poeira, bebida, cuspe, excremento de cães... Talvez seja do ar: perfume, comida de gente, sangue de vaca de segunda, folhas secas, do Joey (que vem do meu colar), e tem mais alguma coisa... Foi aí que eu reconheci o cheiro. Tinha um vampiro na esquina. Estava debaixo de uma árvore sentado, pálido e suado. Vestido de branco e calça jeans, ofegante. Era o sol. Mas o que ele estava fazendo ali?Digo... No sol.
Ele se levantou e correu na direção da lanchonete. Ele ia atacar, eu sei. E sei que não posso deixar. Agi meio (total) sem pensar. Saí do carro e atravessei correndo. Os Sullivan calaram a boca e correram atrás de mim. O cara já estava pisando na calçada do outro lado da rua, e eu estava na metade, toda molhada, e tudo ardia, como um maçarico gigante estivesse queimando na minha direção, onde cada movimento do ar queimava minha pele, o ar estava mais quente a cada vez que eu me mexia. Eu não ia agüentar. E nem o outro vampiro. Antes dele chegar a dez metros da lanchonete, ele evaporou em uma fumaça negra com fuligem atrás de uma árvore. E era o que ia acontecer comigo se eu não saísse daqui. Ouvi um ´´nossa´´ de Ryan. Acho que foi aí que se tocaram que o mesmo estava prestes a acontecer comigo caso eu não saísse dali naquele momento.
A última coisa que eu notei foi que minha corrida até a metade da rua foi totalmente inútil. Ele ia evaporar mesmo se eu não o tivesse impedido. A minha visão começou a ficar embaçada. Eu me senti tonta. Caí e desmaiei, ali mesmo no chão quente, com os Sullivan chamando meu nome.
Passou- se mais meia hora, e ninguém fala nada. Kurt lê um tabuleiro com símbolos e cheio de escritas em latim. Ryan dirige cantarolando algumas músicas, e Sam fica mexendo no notebook, consertando alguns ships e Hds, algo do tipo. E o Joey... Ah! Quase esqueci que a impressão dele estar ao meu lado é falsa, por causa do colar. Sam notou que eu estava olhando para ele.
- Caçada de lobisomem. – ele disse sem olhar para mim.
- Ahn... Já estamos chegando? – eu perguntei ao Ryan.
- Chegando aonde?
- Ao aeroporto! – que coisa óbvia!
Eles riram, e eu fiquei lá com cara de boba.
-Que foi? Foi algo que eu disse?
- Nós vamos de carro – disse Kurt rindo. Eu não achei nada engraçado – Por quê? Você achou mesmo que íamos de avião?!
Eles continuaram rindo. Bom, se eles vieram para Las Vegas de avião, porque não voltam de avião também?
- Achei!Vocês não voltaram de Atlantic City de avião?
- Sim, nós voltamos, mas foi de favor...
- E se a gente não vai avião...Então... Quanto tempo ainda falta?
Kurt pegou um guia debaixo do banco dele, o passageiro. Ryan e ele fizeram umas contas.
- É isso aí.. Acho que chegamos lá em uma semana.
- Uma semana!? – eles piraram né?Eu vou ter que ficar com eles por uma semana?! – Eu nem trouxe comida pra tanto! Eu chego morta bem antes disso!
- Bom você pode economizar comida. – disse Sam. Ele acha que passar fome é fácil, né? – Tem algum jeito de você diminuir a necessidade de consumir sangue?
- Bom... Acho que se eu não ficar no sol, não me machucar... Acho que sinto menos fome... Mas mesmo assim não vai durar tanto!
- De quantos litros você precisa por dia?
- Acho que uns três.
- Três?!E quando foi a última vez que você comeu?
- Há duas horas, mas já estou com fome.
- Não se preocupe, nós damos um jeito de ver todos os depósitos de sangue pelo caminho, é só eu consertar essa droga.
Passou mais uma hora. Já devia ser meio dia e Kurt continuava vendo aquele tabuleiro. Já havia horas que ele não desgrudava os olhos daquele tabuleiro redondo feito de várias tiras circulares, como um alvo de dardos, mas de madeira e com muito mais divisões. As ficava girando as tiras, que nelas estavam entalhadas palavras em latim. Ele parecia tentar formas frases, mas até agora, nada. Passou-se meia hora e os sinais de cansaço de Ryan já estavam aparentes.
Pela janela dava para ver fazendas verdinhas em pequenas cidades do interior de Utah. Passou uma placa escrita ‘‘Paragonah, onde o mundo é seu! – 500 habitantes’’.
- Onde raios é Paragonah?! – eu exclamei.
- Aqui – respondeu Kurt. Ele é muito chato – e também é aqui que nós vamos comer.
Ryan virou o carro no retorno. Entramos em uma estradinha de duas mãos, bem antiga, mas em bom estado, por não ser quase utilizada.
- Esperem aí!Significa que vocês vão... Comer nesse fim de mundo?
- E encher o tanque, ir ao banheiro e dar uma olhada na cidade, para ver se não tem nenhuma esquisitice acontecendo.
- Eu posso ficar no carro? – eu perguntei.
- Não! – responderam os três.
- E correr o risco de você roubar o nosso carro? Sem chance. – disse Kurt.
Chegamos à cidade. O gramado era seco, com árvores secas, debaixo de um sol de 40 graus. Se eu saísse do carro, estaria morta em 5 minutos, por combustão espontânea.
- Ahn... Como posso explicar... Se eu sair do carro eu morro. – eu disse quando Ryan achou uma vaga na frente de uma lanchonete. Os três olharam para mim.
- Por quê? – perguntou Sam. – Você vai derreter por acaso?
- Não, eu vou explodir na verdade. – eles arregalaram os olhos. – O sol...? Vampiros...?
- Ah. Entendi... – respondeu Sam sem graça.
Kurt guardou o tabuleiro em um saco de pano preto e escondeu debaixo do banco. Eles saíram do carro. A lanchonete era do outro lado da rua. Sam estava me esperando para sair do carro.
- Eu não vou sair. – eu disse cruzando os braços.
- Ah, vai sim - disse Kurt.
- Não vou, não.
Ryan deu um suspiro.
- Podem ir. Eu vou e almoço depois. – Ryan entrou no carro de novo. Eu estava salva!
- Você e ela? Sem chance. – disse Sam.
- Verdade. Ainda mais o Ryan.
Eles começaram discutir, para ver quem ia tomar conta de mim, a criançinha de 5 anos que não quer ir a uma lanchonete de fim de mundo. Dei um suspiro e fiquei observando os argumentos ridículos deles.
- Mas o Ryan mal sabe cuidar dele mesmo! É melhor você ficar Kurt.
- Eu não! É melhor ficar quem sabe mais sobre vampiros.
- Estamos lidando com ela! A gente já caiu na laia dela e viram no que deu?!Quem é mais esperto fica eu voto no Kurt, ele que não confia em ninguém mesmo...
Comecei a olhar em volta. Não tinha muita coisa. Um lote comum de 10 casas por quarteirão, uma livraria, o posto de gasolina e a lanchonete. A lanchonete era a mais cheia de todas. Como é domingo a cidade toda devia estar lá. Dei outro suspiro. Senti algo estranho no ar. No ar dá para sentir três aromas: o ar, das pessoas e do chão. Comecei a farejar. O cheiro mais provável era do chão: chiclete, terra, poeira, bebida, cuspe, excremento de cães... Talvez seja do ar: perfume, comida de gente, sangue de vaca de segunda, folhas secas, do Joey (que vem do meu colar), e tem mais alguma coisa... Foi aí que eu reconheci o cheiro. Tinha um vampiro na esquina. Estava debaixo de uma árvore sentado, pálido e suado. Vestido de branco e calça jeans, ofegante. Era o sol. Mas o que ele estava fazendo ali?Digo... No sol.
Ele se levantou e correu na direção da lanchonete. Ele ia atacar, eu sei. E sei que não posso deixar. Agi meio (total) sem pensar. Saí do carro e atravessei correndo. Os Sullivan calaram a boca e correram atrás de mim. O cara já estava pisando na calçada do outro lado da rua, e eu estava na metade, toda molhada, e tudo ardia, como um maçarico gigante estivesse queimando na minha direção, onde cada movimento do ar queimava minha pele, o ar estava mais quente a cada vez que eu me mexia. Eu não ia agüentar. E nem o outro vampiro. Antes dele chegar a dez metros da lanchonete, ele evaporou em uma fumaça negra com fuligem atrás de uma árvore. E era o que ia acontecer comigo se eu não saísse daqui. Ouvi um ´´nossa´´ de Ryan. Acho que foi aí que se tocaram que o mesmo estava prestes a acontecer comigo caso eu não saísse dali naquele momento.
A última coisa que eu notei foi que minha corrida até a metade da rua foi totalmente inútil. Ele ia evaporar mesmo se eu não o tivesse impedido. A minha visão começou a ficar embaçada. Eu me senti tonta. Caí e desmaiei, ali mesmo no chão quente, com os Sullivan chamando meu nome.

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